Advogada é indiciada por se apropriar de valores de clientes; seis vítimas já foram identificadas

A Polícia Civil do Tocantins concluiu nesta quarta-feira (11) o inquérito que apura um caso de apropriação indébita cometido por uma advogada previdenciária de 45 anos, com atuação em Gurupi, no sul do estado. Segundo a investigação, a profissional teria se apropriado de valores que deveriam ser repassados a seus clientes após a liberação de benefícios previdenciários. Ao menos seis vítimas foram identificadas até o momento, e os crimes vinham ocorrendo desde 2022.
De acordo com a Polícia Civil, a advogada utilizava procurações judiciais para movimentar contas e sacar os valores sem avisar aos clientes, omitindo inclusive a informação de que os benefícios haviam sido concedidos pela Justiça. Em diversos casos, ao ser questionada pelos clientes sobre o andamento dos processos, evitava o contato ou dava respostas evasivas, dificultando o acesso à verdade.
O delegado Alicindo Augusto de Souza, responsável pelo inquérito, destacou que a atuação da advogada seguia um padrão reiterado de conduta criminosa. “Ela se utilizava da confiança que os clientes depositavam em sua atuação para se apropriar dos valores devidos, deixando-os no prejuízo e sem informações concretas sobre seus processos. É um caso de extrema gravidade, que atinge diretamente a confiança na atuação profissional da advocacia”, afirmou.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Tocantins foi formalmente notificada e emitiu nota oficial informando que acompanha o caso. O órgão afirmou que tomará as medidas cabíveis sempre que houver indícios de violação aos deveres ético-disciplinares. A OAB ressaltou que eventuais apurações internas seguirão em sigilo, conforme previsto na legislação vigente.
O inquérito policial foi encaminhado ao Poder Judiciário, que agora deverá avaliar o oferecimento da denúncia por parte do Ministério Público. A advogada foi formalmente indiciada e pode responder criminalmente por apropriação indébita, crime previsto no artigo 168 do Código Penal.
As investigações seguem com o objetivo de identificar possíveis novas vítimas e esclarecer a extensão total dos prejuízos causados pela advogada. Clientes que se sentirem lesados são orientados a procurar a Delegacia de Polícia de Gurupi para prestar depoimento.