Após queda da ponte entre MA e TO, cidade de Estreito sofre impactos negativos na economia

As buscas e resgate, por meio de mergulho, das três vítimas que seguem desaparecidas, após a queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, continuam suspensas até sexta feira (17), por causa da vazão das comportas da usina hidrelétrica de Estreito. Durante esse período, as buscas seguem com o uso de drones aéreos e embarcações.
Enquanto as famílias das vítimas sofrem a angústia de não encontrar seus entes queridos, a cidade de Estreito, no Maranhão, que era ligada a Aguiarnópolis (TO) pela ponte JK, está com a economia enfraquecida por causa da tragédia.
Lojas, mercados e restaurantes, segundo os empresários, já estão sentindo os impactos negativos na economia.
O comerciante cearense Valmir chegou ao Maranhão há mais de dezasseis anos, logo depois da inauguração da ponte e destaca a importância da obra.
"A ponte trouxe recurso para Estreito, cresceu, o povo tudo ficou rico", destaca o comerciante.
A ponte fazia parte de dois corredores rodoviários importantes: Belém, Brasília e Transamazônica, rotas de escoamento da produção de milho e soja, vinda de estados como Mato Grosso, Pará, Tocantins e Piauí.
Pelo corredor viário passavam, todos os dias, cerca de duas mil carretas, além de ônibus de turismo e veículos pequenos vindos de outros estados. Era uma demanda gigantesca por produtos e serviços que movimentavam a economia. Mas, agora, está tudo parado.
Segundo a Associação Comercial de Estreito, cerca de 70% das empresas da região estão voltadas para atender a demanda do transporte rodoviário.
Darlan Dório, que tem uma empresa de representação comercial de caminhões e acessórios e de manutenção de veículos pesados, está sentindo o impacto da redução na procura por serviços. Segundo ele, dois funcionários tiveram que ser demitidos e outros dez estão de férias coletivas.
"Agora era a época deles (os caminhoneiros) estarem consertando os equipamentos, para preparar pra safra que está chegando agora, a partir do final de fevereiro. Agora era o momento de faturar, agora seria o nosso melhor momento", lamenta o representante comercial.
Um posto de conbustível, que costumava abastecer até 200 carretas por dia, nessa época do ano, agora o número não chega a 30.
"Nós estamos em torno de 80 a 85% de queda, é uma queda muito grande, muito significativa", destaca Rudney Oliveira Silva, gerente do posto.
O prejuízo não é apenas para o comércio, a população que precisa da ponte para trafegar pela BR-226 também está sentindo pesar no bolso. Como é o caso do caminhoneiro , o qual teve que mudar a rota para ir de Tailândia, no Pará, a Recife. Sem a ponte, são 370 quilômetros a mais na viagem.