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Crise no G5 e silêncio do Palácio Araguaia isolam Dorinha na disputa de 2026

Redação

Agosto começa com clima de instabilidade na pré-campanha da senadora Professora Dorinha (União Brasil) ao governo do Tocantins. Considerada até pouco tempo um dos nomes mais fortes dentro do grupo do G5, que reúne os cinco maiores municípios em força econômica do estado, a pré-candidata agora enfrenta um cenário turbulento, com disputas internas, perda de apoios estratégicos e o surgimento de possíveis rivais dentro de sua própria base.


 

Enquanto a corrida de bastidores para 2026 se intensifica com o vice-governador Laurez Moreira e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Amélio Cayres, rodando o estado e fortalecendo suas pré-candidaturas, Dorinha vê sua articulação política fragilizada por um impasse entre os aliados União Brasil e Progressistas na escolha do nome ao Senado.


 

Dois nomes disputam a indicação para a vaga: os deputados federais Carlos Gaguim, até então aliado de Dorinha, e Vicentinho Júnior, que tem apoio da executiva nacional de seu partido. Gaguim afirma ter apoio de mais de 60 prefeitos e, segundo bastidores, não abre mão da disputa em nenhuma hipótese. Já Vicentinho intensificou suas andanças pelo estado, ganhando espaço com o respaldo da cúpula progressista.


 

A tensão aumentou diante de um acordo feito em reunião com a direção nacional do União Brasil, prevendo critérios técnicos como elegibilidade e pesquisas internas para definição do nome. A intransigência de Gaguim em abrir mão da disputa criou um impasse que respinga diretamente na senadora, vista como articuladora da chapa.


 

Além da disputa pelo Senado, Dorinha também precisa lidar com um afastamento notável do prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos. Antes um dos principais entusiastas de sua candidatura, Eduardo vem se mantendo distante da senadora. O descontentamento, segundo aliados, teria se intensificado após o período em que o prefeito ficou afastado do cargo, em junho, por decisão judicial no âmbito de uma operação da Polícia Federal. 


 

Outro elemento que contribuiu para o abalo na estrutura da pré-candidatura de Dorinha foi a informação, ainda não confirmada oficialmente, de que o prefeito de Araguaína, Wagner Rodrigues, estaria avaliando entrar na disputa pelo Palácio Araguaia. Wagner, que governa a segunda maior cidade do estado, é uma liderança influente entre os prefeitos do G5 e tem grande capilaridade política, o que tornaria sua eventual entrada uma reviravolta significativa no tabuleiro eleitoral.


 

Por fim, o afastamento cada vez mais visível entre Dorinha e o governador Wanderlei Barbosa pode ser decisivo. O governador tem participado de diversas agendas públicas ao lado de Amélio Cayres, alimentando especulações de que o presidente da Assembleia Legislativa pode ser o nome escolhido por Wanderlei para disputar a sucessão estadual em 2026.


 

Diante desse cenário de distanciamentos, impasses e riscos de fragmentação da base aliada, a senadora Dorinha inicia o mês de agosto com a difícil missão de reconstruir pontes, rearticular apoios e restabelecer protagonismo. Caso contrário, sua pré-candidatura corre o risco de perder força antes mesmo de ser oficialmente lançada.