Empresário foi morto após anunciar fim de relacionamento e corte de ajuda financeira em Araguaína

A 2ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil de Araguaína apresentou, em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (16), os detalhes da investigação que resultou na prisão de Rejane Mendes da Silva, de 45 anos, apontada como autora do assassinato do empresário José Paulo Couto, de 75 anos. A motivação do crime, segundo as autoridades, foi uma discussão relacionada à redução de um auxílio financeiro que o empresário repassava à suspeita.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Adriano Carvalho, a vítima e a autora mantinham um relacionamento pessoal, mas o empresário havia decidido encerrar o vínculo e também diminuir o valor da ajuda financeira que repassava mensalmente à mulher. Rejane não teria aceitado a decisão e, em um momento de confronto, cometeu o assassinato.
Crime premeditado e com requintes de crueldade
O corpo de José Paulo Couto foi encontrado na tarde do dia 10 de julho, debaixo de uma ponte na Avenida Frimar, entre o bairro JK e a TO-222, em Araguaína. A vítima estava enrolada em tecidos e carpetes, com sinais evidentes de violência. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a causa da morte foi asfixia mecânica por estrangulamento, mas também foram constatadas perfurações por faca, cortes no pescoço, fratura no punho e outras lesões que indicam tortura.
Segundo a polícia, Rejane imobilizou e amarrou a vítima antes de matá-la. Ela confessou o crime e alegou que agiu após uma discussão. O celular e joias da vítima foram descartados, e Rejane pediu ajuda à irmã, uma mulher de 43 anos, para ocultar o corpo. A irmã também está sendo investigada por participação na ocultação de cadáver.
Tentativa de despistar a polícia
Após o assassinato, Rejane entrou em contato com uma terceira pessoa e pediu que o veículo do empresário uma picape Renault Oroch fosse retirado de sua casa e abandonado em um terreno baldio no setor Dom Orione. Para isso, ela alegou ter comprado o carro recentemente e disse que não sabia dirigir. A pessoa que conduziu o veículo até o local, segundo a polícia, não sabia do crime até aquele momento.
A Polícia Militar localizou o carro no mesmo dia em que o corpo foi achado, com as placas adulteradas com fita adesiva para dificultar a identificação. A sequência de descobertas levou à rápida prisão da suspeita, que está detida temporariamente por decisão da 1ª Vara Criminal de Araguaína. A prisão tem prazo de 30 dias, renovável. O celular da autora foi apreendido e o inquérito será concluído nos próximos dias.
Destaque para atuação policial e queda na criminalidade
Durante a coletiva, o delegado Adriano Carvalho elogiou o trabalho conjunto das equipes envolvidas e ressaltou a eficiência da Polícia Civil: "Foram apenas quatro dias entre a localização do corpo e a prisão da principal suspeita. Foi uma resposta rápida a um crime que causou grande comoção na cidade."
O secretário de Segurança Pública do Tocantins, Bruno Azevedo, também esteve presente na apresentação dos resultados e reforçou o compromisso das forças policiais com a resolução de crimes violentos. "A agilidade e o rigor demonstrados nesta investigação mostram a seriedade com que tratamos os crimes contra a vida", afirmou.
A SSP aproveitou a ocasião para divulgar dados positivos sobre a segurança pública em Araguaína. No primeiro semestre de 2025, a cidade registrou redução de 12,5% nos homicídios, com 14 casos contra 16 no mesmo período de 2024. Também houve queda em crimes sexuais, estelionatos e roubos, consolidando uma tendência de redução da violência no município.
Repercussão
José Paulo Couto era conhecido em Araguaína por sua atuação no setor da construção civil e também por sua trajetória política ? ele foi candidato a vice-prefeito em 2016. Sua morte gerou forte comoção entre amigos, familiares e empresários da região.
A Polícia Civil segue com as investigações para concluir o inquérito e identificar se houve outros envolvidos no crime. Rejane Mendes da Silva permanece presa à disposição da Justiça e poderá responder por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e outros crimes conexos.