Após meses submerso, caminhão da tragédia da ponte entre Tocantins e Maranhão é içado

Depois de quase nove meses do desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, localizada entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) iniciaram a operação para retirar um caminhão Volvo/FH 500 que estava no fundo do rio Tocantins desde o acidente.
A operação, que começou na quinta-feira (9), contou com dez mergulhadores especializados e o uso de balões de reflutuação com capacidade para suportar até cinco toneladas. O veículo estava preso entre escombros e com a cabine completamente assoreada, o que dificultou o trabalho de içamento.
De acordo com o DNIT, a previsão é que o caminhão seja totalmente retirado da água neste sábado (11), quando será rebocado até a margem do rio. A ação faz parte da etapa final de limpeza e recuperação da área afetada pelo desabamento.
Relembre a tragédia
A ponte Juscelino Kubitschek desabou no dia 22 de dezembro de 2024, por volta das 14h50, enquanto diversos veículos trafegavam pelo vão central da estrutura. O desmoronamento causou uma das maiores tragédias rodoviárias da história do Tocantins, com carretas, caminhonetes e motos caindo nas águas do rio Tocantins.
Ao todo, 14 corpos foram encontrados pelas equipes de resgate. Três pessoas continuam desaparecidas e apenas uma sobreviveu ao colapso.
Após a tragédia, o que restou da ponte foi implodido em fevereiro deste ano, para dar início às análises técnicas e à retirada dos veículos que permaneceram submersos.
Riscos ambientais e monitoramento
Entre os veículos que caíram no rio estavam três caminhões que transportavam produtos perigosos, como ácido sulfúrico e agrotóxicos. Por isso, a operação para retirada dos veículos exigiu estudos técnicos detalhados e mapeamento da área, a fim de evitar riscos ambientais.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) acompanha toda a operação. O órgão informou que está sendo elaborado um relatório técnico sobre o impacto ambiental e as medidas de contenção adotadas, após vistoria realizada no local.
Operação complexa e simbólica
A retirada do caminhão é considerada um marco simbólico do encerramento das ações de resgate e limpeza na área onde ocorreu o colapso da ponte. As autoridades esperam que, após a remoção dos veículos e escombros, seja possível dar andamento aos estudos para construção de uma nova estrutura de travessia no trecho da BR-226, ligação essencial entre o Tocantins e o Maranhão.
O DNIT reforçou que as equipes permanecem mobilizadas até a conclusão total dos trabalhos e que o tráfego de veículos na região segue sendo feito por balsas até a liberação do novo projeto de ponte.