Araguaína completa 900 dias sem registro de feminicídio e se torna referência no combate à violência contra a mulher

Araguaína atingiu, nesta sexta-feira (17), uma marca histórica: 900 dias sem registros de feminicídio. O resultado representa um avanço expressivo nas políticas de enfrentamento à violência doméstica e de gênero no município e é fruto do trabalho da Polícia Civil do Tocantins, especialmente da 3ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM).
O último caso registrado na cidade ocorreu em maio de 2023. Desde então, nenhuma mulher perdeu a vida em decorrência de violência doméstica, um marco que reforça o compromisso das forças de segurança e o impacto das ações de prevenção e conscientização realizadas na região.
Um trabalho conjunto e contínuo
Segundo a delegada regional Ana Maria Varjal, o resultado é fruto de um trabalho coletivo que une investigação ágil, ações preventivas e envolvimento da comunidade.
“Alcançar 900 dias sem feminicídio em Araguaína é celebrar vidas salvas e famílias protegidas. Essa conquista deve servir de inspiração para que continuemos fortalecendo as ações de prevenção, atendimento e justiça”, destacou a delegada.
O secretário de Estado da Segurança Pública, Bruno Azevedo, também ressaltou o papel das forças de segurança:
“Esse resultado comprova a eficácia de uma atuação técnica e integrada. É uma conquista que valoriza o trabalho das equipes e reafirma nosso compromisso em proteger as mulheres tocantinenses”, afirmou.
Ações e resultados concretos
O relatório da Polícia Civil mostra que, apenas em 2023, foram instaurados 786 inquéritos relacionados a crimes contra a mulher, com 815 boletins de ocorrência e 705 medidas protetivas solicitadas.
No mesmo período, 998 investigações foram concluídas e encaminhadas ao Ministério Público e ao Judiciário.
Além das ações investigativas, a 3ª DEAM participou de operações nacionais como Átria e Shamar, e coordenou o Projeto Fênix, que oferece acolhimento e apoio a mulheres em situação de vulnerabilidade. Outro destaque foi a Caminhada Agosto Lilás, que reuniu mais de 600 pessoas em defesa da conscientização e do fim da violência de gênero.
Em 2024, essas ações se intensificaram. O Projeto Fênix chegou à terceira edição, com atendimentos psicológicos, jurídicos e de saúde. O aplicativo Salve Mulher, criado pela Secretaria de Segurança Pública do Tocantins (SSP/TO), expandiu seu alcance para todo o estado, permitindo que mulheres solicitem medidas protetivas de urgência e façam denúncias anônimas.
A delegada Sarah Lilian, titular da DEAM, reforçou que a marca é um reflexo do compromisso contínuo das instituições.
“Esse resultado é fruto de uma atuação integrada, com investigações rápidas, prisões e conscientização social. Continuaremos firmes para garantir que esses números sigam caindo e nenhuma mulher tenha sua vida ameaçada”, afirmou.
Como denunciar
As mulheres em situação de risco podem procurar ajuda por meio do telefone 180, que funciona 24 horas por dia, com atendimento gratuito e sigiloso.
O aplicativo Salve Mulher, disponível para Android, também permite denúncias diretas e acesso a informações sobre os diferentes tipos de violência física, psicológica, patrimonial, sexual e moral reforçando a rede de proteção no Tocantins.