Família de vítima de feminicídio relata medo e tentativas frustradas de afastá-la do agressor
A jovem Antônia Taynara Sousa Silva, de 20 anos, foi assassinada a facadas na casa onde morava com o companheiro, na madrugada desta segunda-feira (20), no povoado Vila Tocantins, em Esperantina, região norte do Tocantins. O suspeito do crime é o marido, Francimar de Almeida da Silva, de 47 anos, que foi preso em flagrante pela Polícia Militar (PM) e teve a prisão convertida em preventiva pela Justiça.
De acordo com o relatório da PM, Taynara foi atingida por três perfurações no tórax, uma no abdômen e outra no pulso direito. O corpo foi encontrado dentro da residência, onde, segundo a família, o casal vivia em condições precárias, sem água e energia elétrica.
Relação marcada por violência e tentativas de separação
A irmã da vítima, Tamires Sousa Nascimento, contou que a família tentava afastar Taynara do marido desde o início da relação, em 2022, quando ela tinha apenas 17 anos.
“A gente fazia de tudo, queria o melhor para ela, mas ele sempre interferia. Quando eles brigavam, ele dizia que ia acabar com a vida dela”, relatou Tamires.
Ela afirmou que a jovem chegou a ser levada para Goiás, numa tentativa da família de interromper o relacionamento, mas o suspeito insistia em reatar e acabava a convencendo a voltar.
Segundo a irmã, Taynara era conhecida pela alegria e pela doçura no convívio com os outros.
“Ela era uma menina boa, todo mundo gostava dela. Sempre alegre, sem maldade com ninguém”, lamentou Tamires.
O velório de Taynara aconteceu na noite de segunda-feira (20), e o sepultamento foi realizado na manhã desta terça (21), na cidade de Buriti do Tocantins.
Prisão e investigação
Testemunhas informaram à PM que Francimar foi visto discutindo e agredindo a vítima nas proximidades do local do crime horas antes do assassinato. Ele foi preso ainda na madrugada, com manchas de sangue nas roupas, que foram apreendidas para análise pela Perícia Técnica. A arma do crime ainda não foi localizada.
O suspeito passou por audiência de custódia na tarde de segunda-feira, por videoconferência, e teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Alan Ide Ribeiro da Silva, da 2ª Vara de Augustinópolis.
A Defensoria Pública, responsável pela defesa do acusado, informou que não comenta decisões judiciais que envolvam pessoas assistidas pela instituição.
A investigação do caso está a cargo da 7ª Delegacia de Polícia de Esperantina, vinculada à Secretaria da Segurança Pública (SSP), que segue apurando as circunstâncias do crime e a motivação do feminicídio.

