Mulher investigada por golpes espirituais é presa em Goiás; mãe continua foragida

Uma operação conjunta entre as Polícias Civis do Tocantins e do Distrito Federal resultou na prisão de Pamela Nicolete Estefano, de 37 anos, na cidade de Águas Lindas de Goiás. Ela é investigada por aplicar golpes financeiros mediante fraude espiritual em várias vítimas no Tocantins. A mãe dela, Maria Nicolete, de 63 anos, também suspeita de envolvimento nos crimes, segue foragida.
A ação que levou à captura de Pamela contou com o apoio da Divisão de Capturas e Polícia Interestadual (DCPI) e do Departamento de Atividades Especiais (DEPATE) da Polícia Civil do DF, além da Coordenação de Inteligência da PC-DF e da 14ª Central de Atendimento da Polícia Civil de Dianópolis.
De acordo com o delegado Gilmar da Silva Oliveira, titular da 11ª Delegacia de Polícia de Araguatins, a prisão foi possível após o compartilhamento de informações entre as forças de segurança dos estados. Pamela foi localizada em um condomínio e, durante depoimento, afirmou que a mãe estaria viajando. As buscas por Maria Nicolete continuam e denúncias podem ser feitas pelo WhatsApp (63) 98118-9091 ou telefone (63) 3474-2155. O sigilo é garantido.
O golpe
As investigações apontam que mãe e filha se apresentavam como líderes religiosas, conhecidas como "mães de santo", utilizando trajes típicos e prometendo rituais de quebra de maldição, prosperidade financeira e limpeza espiritual. As vítimas eram convencidas a entregar grandes quantias de dinheiro.
Em um dos casos, uma mulher foi persuadida a vender a própria casa e entregar R$ 12 mil para um suposto ritual. Em outro, uma vítima transferiu mais de R$ 36 mil acreditando que seria protegida de um feitiço e teria sorte na loteria. Após os repasses, as suspeitas desapareceram.
As vítimas reconheceram mãe e filha por meio de fotos. As contas bancárias utilizadas nos golpes estavam em nome de Pamela. Há ainda registros de golpes semelhantes atribuídos à dupla nos estados de Rondônia e Mato Grosso do Sul, além de outro inquérito aberto em 2023, em Dianópolis, no sudeste do Tocantins.
A Polícia Civil acredita que as investigadas atuavam de forma articulada e recorrente. O inquérito será encaminhado ao Ministério Público e ao Judiciário.