Naturatins de Araguaína está há mais de 40 dias sem direção e sob risco de despejo
A Agência Regional do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) em Araguaína, uma das maiores e mais estratégicas do Estado, está há mais de 40 dias sem diretor nomeado. A vacância do cargo ocorre desde a exoneração de Leandro Medeiros Barbosa, publicada em 30 de setembro de 2025. Desde então, o órgão segue sem comando efetivo, o que tem causado desorganização administrativa, acúmulo de processos e atrasos em serviços essenciais.
Servidores denunciam abandono
De acordo com servidores ouvidos pela reportagem, a ausência de direção compromete o funcionamento da unidade, responsável por vistorias ambientais, emissão de licenças e atendimento a demandas do Ministério Público e do Judiciário.
“Estamos sem interlocução com a sede em Palmas e sem coordenação local. Isso atrapalha a comunicação interna e externa e prejudica diretamente o andamento dos trabalhos”, relatou um servidor, que pediu para não ser identificado por medo de represálias.
A falta de nomeação ocorre sob a gestão do governador em exercício, Laurez Moreira (PSD), que ainda não designou substituto para o comando da regional.
Risco de despejo agrava crise
Além do vácuo administrativo, a Agência Regional enfrenta um problema ainda mais grave: o risco de despejo do prédio onde funciona atualmente. O imóvel deveria ter sido desocupado no dia 11 de novembro, conforme notificação da proprietária, mas até o momento nenhum novo contrato de locação foi firmado.
Servidores relatam que a dona do prédio já reforçou diversas vezes o pedido de desocupação. “Estamos com tudo parado e ainda corremos o risco de sermos tirados do prédio sem ter para onde ir. É um cenário de completo abandono”, disse outro funcionário.
Importância estratégica
A Regional de Araguaína tem papel fundamental dentro da estrutura do Naturatins, pois atende uma das regiões mais dinâmicas economicamente do Tocantins, marcada pela presença do agronegócio, indústrias e obras públicas de grande porte.
A falta de gestão e a possível desocupação do prédio colocam em risco a agilidade dos processos e a emissão de licenças ambientais — documento essencial para a regularidade de diversas atividades produtivas.
Enquanto a nomeação de um novo diretor não é oficializada e a questão do imóvel não é resolvida, o órgão segue operando de forma precária, afetando tanto o funcionamento interno quanto o atendimento ao público e aos setores que dependem das autorizações ambientais.

