Lenda do reggae, Jimmy Cliff morre aos 81 anos; família confirma causa da morte
O cantor jamaicano Jimmy Cliff, um dos maiores nomes da história do reggae, morreu aos 81 anos. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (24/11) por meio de uma publicação em sua conta oficial no Instagram, assinada pela esposa, Latifa Cliff.
Segundo o comunicado, o artista faleceu em decorrência de uma convulsão seguida de pneumonia. A família agradeceu o apoio de amigos, colegas de trabalho, fãs e da equipe médica que acompanhou o músico durante o período crítico.
“É com profunda tristeza que compartilho a notícia de que meu marido, Jimmy Cliff, faleceu devido a uma convulsão seguida de pneumonia (...) Jimmy, meu querido, que você descanse em paz. Seguirei seus desejos. Espero que todos respeitem nossa privacidade neste momento difícil. Mais informações serão fornecidas posteriormente. Até logo, lenda.”, declarou Latifa.
Uma lenda que levou o reggae ao mundo
Nascido em St. James, na Jamaica, Jimmy Cliff começou a cantar ainda na adolescência. Determinado a seguir carreira, mudou-se para Kingston aos 14 anos e adotou o sobrenome “Cliff” como símbolo de sua ambição artística. Foi no início da década de 1960 que ele despontou como um dos talentos mais promissores do país, contribuindo para a transição entre o ska, o rocksteady e o reggae.
Cliff se tornou um dos principais responsáveis por internacionalizar o gênero musical. Entre seus maiores sucessos estão “I Can See Clearly Now”, “Many Rivers to Cross”, “The Harder They Come”, “You Can Get It If You Really Want”, “Reggae Night” e “Wonderful World, Beautiful People”.
Ele também marcou presença no cinema. Em 1972, protagonizou Balada Sangrenta (The Harder They Come), filme que ampliou globalmente a influência do reggae e apresentou a cultura rastafári a novos públicos. Sua carreira incluiu ainda parcerias com grandes artistas, como Rolling Stones, Rancid e Elvis Costello.
Reconhecimento internacional
Ao longo da carreira, Jimmy Cliff lançou dezenas de discos, realizou turnês mundiais e acumulou prêmios. Foi indicado sete vezes ao Grammy, vencendo duas — com Cliff Hanger (1985) e Rebirth (2012). Este último figurou na lista dos melhores álbuns do ano pela revista Rolling Stone.
Em 2003, recebeu a Ordem do Mérito da Jamaica, maior honraria do país, e foi incluído no Rock and Roll Hall of Fame, sendo descrito como “o primeiro campeão do reggae”.
Seu último lançamento foi o single Human Touch, em 2021, que resgatava sonoridades dos anos 1960 e refletia sobre o isolamento provocado pela pandemia.
Conexão forte com o Brasil
Jimmy Cliff cultivou relação especial com o Brasil. Sua primeira visita aconteceu em 1968, quando participou do Festival Internacional da Canção, no Rio de Janeiro — experiência que inspirou versos de Wonderful World, Beautiful People.
Em 1994, lançou o álbum Jimmy Cliff in Brazil, com versões em inglês de clássicos brasileiros. Durante anos, o artista viveu entre Rio de Janeiro e Bahia. Em Salvador nasceu sua filha Nabiyah Be, fruto da união com a psicóloga brasileira Sônia Gomes da Silva. Nabiyah tornou-se atriz e cantora.
Além dela, Cliff deixa outros dois filhos: Lilty e Aken.
A morte de Jimmy Cliff marca o fim de uma era para o reggae mundial, mas seu legado permanece eterno na música, no cinema e na cultura. Sua voz, suas letras e sua trajetória seguem inspirando artistas e fãs ao redor do planeta.

